Em 2017, uma estudante do último ano do curso de Farmácia sofreu queimaduras no rosto e nos braços depois que a substância química que ela manuseava explodiu em um laboratório da Universidade Estadual da Paraíba. A jovem não estaria usando nenhum EPI (Equipamento de Proteção Individual) específico para a atividade que realizava.
Embora tenha sido um imprevisto, acidentes assim não estão livres de acontecer, até mesmo em um ambiente de trabalho, como em laboratórios de análises clínicas. Afinal, os profissionais que atuam nessa área também estão expostos aos riscos provenientes das substâncias potencialmente infecciosas e perigosas que são manuseadas todos os dias.
Portanto, assim como acontece com quem trabalha em obras e construções, o uso dos EPIs de laboratório também são indispensáveis, e isso não diz respeito apenas a necessidade e proteção. As próprias leis brasileiras fazem tal exigência, como a norma reguladora nº 6 (NR-6), do Ministério do Trabalho e Emprego, que exige o fornecimento dos equipamentos por parte da empresa quando necessário.
Outro exemplo é a Resolução de Diretoria Colegiada nº 302 (RDC 302/2005), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que determina as normas de funcionamento dos laboratórios de análises clínicas.
A importância de se utilizar EPIs de laboratório
Em 2013, um artigo publicado na Revista Nature mostrou que os cientistas conhecem o risco dos materiais com os quais trabalham. No entanto, minimizam as consequências ou, então, não as associam a si mesmos. De acordo com o autores do estudo, 86% dos 2,4 mil cientistas pesquisados se sentem seguros em seu ambiente de trabalho.
Ao mesmo tempo, porém, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta para os perigos dessa falsa sensação de segurança. Segundo o órgão, a cada 15 segundos, 115 trabalhadores sofrem algum tipo de acidente no ambiente de trabalho — e isso independe da profissão.
Sendo assim, sem o uso de EPIs de laboratório pelos profissionais, os dirigentes podem ter graves problemas que podem levar até a inviabilização da empresa — os cuidados, portanto, devem ser redobrados.
Conheça a seguir alguns dos equipamentos de uso mais comum nos laboratórios de análises clínicas.
Proteção dos olhos e do rosto
Equipamentos como óculos e viseiras garantem a proteção dos olhos contra vapores tóxicos, materiais infectantes que possam respingar e estilhaçamento de vidro, por exemplo. Por isso, recomenda-se que eles sejam feitos de material transparente, para não comprometer e nem distorcer o campo de visão do profissional. Caso contrário, há uma grande predisposição para que esse equipamento se torne o primeiro a ser deixado de lado.
Proteção respiratória
Máscaras e respiradores são capazes de proteger o profissional da inalação acidental de gases, produtos químicos e vapores intoxicantes que podem entrar em contato com os pulmões, comprometer o aparelho respiratório e levar a intoxicações graves. Além disso, quem deixa de utilizá-los fica exposto a agentes infecciosos que são encontrados em coletas de sangue de pacientes em isolamento, por exemplo.
Proteção do tronco
Tais equipamentos protegem o corpo contra respingos de materiais biológicos ou substâncias reagentes. Os mais comuns envolvem jalecos e coletes, por exemplo, que servem como barreira para evitar o contato com materiais biológicos, substâncias tóxicas ou derramamento de reagentes.
Por isso, recomenda-se que esses EPIs de laboratório tenham mangas longas e comprimento até os joelhos. Além disso, é importante que sejam feitos exclusivamente de algodão grosso, material que não é inflamável.
Proteção dos membros superiores
Esses equipamentos conseguem fazer a proteção adequada nos casos em que há manuseio de substâncias com as mãos. Isso evita que materiais contaminados, irritantes e corrosivas entrem em contato com a pele. É o caso, por exemplo, das luvas de borracha (para manuseio de ésteres e cetonas) e das luvas de látex (para bases diluídas e ácidos).
Portanto, embora conheçam os riscos das substâncias que manuseiam, os profissionais precisam estar atentos a acidentes e imprevistos que ninguém está livre de sofrer. Zelar pela própria segurança com o uso dos EPIs de laboratório é uma necessidade que vai além da obrigação, devendo ser uma prática rotineira dentro da atividade.
E você, trabalha em um laboratório de análises clínicas e utiliza algum outro equipamento que não consta nesta listagem? Comente no post indicando qual deles você usa!
Stay connected